PINOCHET - O velho "senhor do Chile" está a pagar pelos seus crimes. Deveria ser este o destino de todos os "salvadores". Os lordes ingleses vão analisar de novo o processo e decidir se deve ou não ser sujeito a julgamento. Relembro que uma primeira decisão aceitou as alegações da justiça espanhola, mas foi anulada por suspeita de parcialidade de um dos juízes. Dada a sua idade e os problemas de saúde que enfrenta, é provável que o general nunca venha a ser julgado. Pouco importa! O vexame por que está a passar já é uma penalização suficiente para quem se habituou a ser aplaudido e pensou acabar os seus dias venerado. Digo que é uma penalização suficiente, porque nada compensará os milhares de cidadãos mortos ás suas ordens. (18/1/99)
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PRIVATIZEM A TAP! JÁ! - Volta e meia o pessoal da TAP (quase sempre os pilotos) ameaça greve, a propósito disto ou daquilo. Estão a defender os seus interesses, o que é natural, mas à custa de quem? Os passageiros, com os bilhetes na mão, ficam com o coração aos saltos, imaginando-se horas a fio num qualquer aeroporto superlotado, longe de casa e sem poder honrar os seus compromissos. Os mais espertos mudam de companhia. Os passageiros menos frequentes choram baba e ranho e pagam a conta. Porque o problema é esse. Depois de uma infinidade de privatizações, a TAP continua de pedra e cal nas mãos do Estado, que, generosamente, vai cobrindo déficit atrás de déficit e custeando sucessivos planos de saneamento. É verdade que a transportadora nacional já cumpriu objectivos estratégicos do Estado Português e, nesse tempo, justificava-se o financiamento pelo erário público. E se parte do dinheiro era esbanjado, paciência! Hoje, isso não acontece: as ligações aéreas para o exterior podem ser asseguradas por transportadoras privadas, nacionais ou estrangeiras (tanto faz) e o suporte do Estado serve apenas para garantir o emprego dos trabalhadores. Mas quanto a mim o estado tem coisas mais sérias a fazer. Por isso é urgente privatizar a companhia e deixá-la enfrentar como puder a concorrência. Nessa altura os senhores pilotos certamente serão menos exigentes. (18/1/99) |
A GREVE SELF-SERVICE - Depois do apelo do Presidente da República ao bom senso, o SIM resolveu suspender a greve self-service. Suspendeu aquilo que nunca deveria ter começado. A suspensão não é um gesto de confiança para com o presidente, que nada pode decidir. É, sim, o reconhecimento envergonhado de que a greve foi uma decisão precipitada e irresponsável do SIM. A prova é que conseguiu o impensável: a condenação universal. Os partidos, as demais organizações sindicais, os responsáveis da Ordem, médicos a título individual, todos condenaram esta greve selvagem. O Sindicato Independente, não só não ganhou nada, como saiu tremendamente enfraquecido deste processo. Amanhã, quando constatar que as negociações não contemplam aquilo que pretendia, que vai fazer? Pedir aos médicos para abandonarem os hospitais? (18/1/99) |