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Fernando Namora

 

BIBLIOGRAFIA

 

Fernando Gonçalves Namora nasceu em Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, a 15/04/1919. Os pais eram descendentes de camponeses do concelho de Ansião, no distrito de Leiria. Depois de concluída a instrução primária, iniciou os estudos secundários no Colégio Camões, em Coimbra, tendo em seguida transitado para o Liceu Camões, em Lisboa, onde foi colega de Jorge de Sena. De novo em Coimbra, no Liceu José Falcão, dirige o jornal académico Alvorada e escreve a sua primeira obra, uma colectânea de novelas, Almas sem Rumo (1935), nunca publicada. Em 1937 chega a anunciar a publicação da novela Pecado Venial, o que também nunca veio a acontecer.

A sua iniciação literária fez-se sob o signo presencista, mas rapidamente foi atraído pela estética neo-realista. Fez parte do grupo do "Novo Cancioneiro" e foi um livro seu (Terra) que iniciou a colecção, em 1941.

Continuou os estudos na Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Medicina. O seu interesse pela escrita acentuou-se durante os anos da mocidade e são dessa época as primeiras obras publicadas, nomeadamente o romance de estreia (As Sete Partidas do Mundo), galardoado com o Prémio Almeida Garrett, que marca a sua adesão à corrente neo-realista.

Concluído o curso, exerceu medicina em ambientes diversos, sobretudo na Beira Baixa e Alentejo, além da terra natal, Condeixa, e essa experiência clínica e humana permitiu-lhe recolher múltiplos elementos que aparecem transfigurados na sua obra literária.

Segundo A. J. Saraiva e O. Lopes, Fogo na Noite Escura é o único romance neo-realista sobre a juventude universitária, enquanto Casa da Malta retrata a vida dos ganhões alentejanos e Retalhos da Vida de um Médico traduzem literariamente a sua experiência de médico rural.

Recebeu o Prémio José Lins do Rego, pelo romance Domingo à Tarde. Foi-lhe atribuído também o Prémio Ricardo Malheiros.

O seu romance evoluiu de uma espécie de inquérito social para construções romanescas mais livres, abertas a dimensões picarescas e poéticas. Em algumas das suas obras nota-se a influência da corrente existencialista (O Homem Disfarçado e Cidade Solitária) e em Domingo à Tarde percebe-se uma harmoniosa integração desse existencialismo com um neo-realismo amadurecido. Nos anos sessenta e setenta a ficção cede o lugar à crónica e impressões.

Além da ficção e da poesia, cultivou uma espécie de crónica romanceada, em que se fundem a reportagem e o ensaio.

Retalhos da Vida de um Médico, Domingo à Tarde e O Trigo e o Joio foram adaptados para o cinema e, o primeiro, também para a televisão.

Era membro da Academia das Ciências de Lisboa.

Morreu em Lisboa a 31/01/1989.

(Maio/98)


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Copyright © 1998 Jorge Santos  
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