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Albânia

 

DESCRIÇÃO
HISTÓRIA

A ALBÂNIA é um país do sueste europeu, na zona dos Balcãs, com frente para o Mar Adriático, que confina a Norte com a actual Jugoslávia, a leste com a Macedónia (Antiga República Jugoslava da Macedónia) e a sul com a Grécia.

Com 28.749 Km2, é uma região muito montanhosa, com alguns picos a ultrapassarem os 2.500 m. A orla marítima abrange apenas um quarto da superfície total, mas alberga metade da população, que ronda os 3.400.000 habitantes (1993), sendo 90% de etnia albanesa e 8% de origem grega.

O clima é de tipo mediterrânico, com verões quentes e secos e invernos amenos e húmidos. Por esse motivo os cursos de água são caudalosos no inverno e muito reduzidos no verão.

O solo é bastante pobre, mesmo nas zonas baixas. Apenas um quinto da área tem aptidão agrícola. Originariamente a Albânia era uma região com extensas florestas, que foram sendo desbastadas ao longo dos séculos para formar pastos. Actualmente a floresta permanece apenas nas zonas montanhosas e sente-se mesmo necessidade de um esforço sério de reflorestação. A fauna primitiva, constituída por lobos, javalis e ursos, além de outras espécies, foi dizimada pela caça desregrada e, naturalmente, pela alteração das condições ecológicas, como aconteceu, aliás, no resto da Europa.

A população está dividida em dois grupos, com dialectos algo diferentes e ocupando, um, o norte, e o outro, o sul. Recentemente (1972?) foi constituída uma língua unificada, de cariz literário, incorporando elementos dos dois dialectos. A taxa de alfabetização é de 85% e o PNB de 930 dólares/habitante.

Apesar dos esforços do regime comunista, a população conserva as suas tradições religiosas; a maioria é muçulmana, mas há também comunidades católicas e ortodoxas.

A sociedade albanesa conserva ainda uma estrutura clânica ou tribal, cada grupo tomando como antepassado mítico um dado indivíduo. Por esse motivo, os conflitos entre membros de clãs diferentes conduzem frequentemente a confrontos violentos. Por outro lado, a submissão aos turcos durante cinco séculos marcou profundamente o estilo de vida da população, no vestuário, na arquitectura, na arte, para não falar da religião. No entanto, a similitude com a Ásia Menor tem-se atenuado nas últimas décadas, devido aos crescentes contactos com o Ocidente.

A Albânia é considerado o mais pobre dos países europeus. A economia continua muito dependente da agricultura, apesar da pouca aptidão agrícola do solo. Durante o regime comunista as terras foram colectivizadas, sendo 80% entregues a cooperativas e os restantes 20% geridos directamente pelo estado. Tradicionalmente os albaneses dedicavam-se à pastorícia, mas nos últimos tempos foi incentivada a produção agrícola, nomeadamente cereais (trigo, milho, arroz), algodão, beterraba, batata, além das culturas tipicamente mediterrãnicas, como a azeitona, as uvas, os citrinos e o tabaco.

O país possui algumas reservas de petróleo e gás natural, além de carvão, crómio e cobre. A energia tem sobretudo origem hidro-eléctrica. Os transportes e comunicações são relativamente precários.

Politicamente, de acordo com a Constituição de 1991, é uma república, com uma Assembleia do Povo de 140 lugares, eleita de quatro em quatro anos por sufrágio universal, através de voto maioritário em duas voltas. O Presidente da República é leito pela Assembleia e o Governo assumido por um primeiro-ministro e um gabinete suportados pela maioria da Assembleia.

HISTÓRIA

As áreas costeiras da actual Albânia, na altura conhecida por Ilíria, foram visitadas pelos gregos desde o século VII a.C. Esses contactos comerciais prolongaram-se por vários séculos.

No século IV a.C. a Ilíria constitui-se em reino independente, até que, em 168 a.C., foi conquistado pelos romanos. Até ao século IV fez parte integrante do império romano, mas nessa altura, com a divisão do império em dois, a Ilíria ficou sob domínio dos bizantinos.

O domínio bizantino manteve-se até 1347. Nos cem anos seguintes o território foi palco de sucessivas invasões: búlgaros, sérvios, venezianos e finalmente turcos. Séculos antes a região tinha sido atravessada por tribos godas.

No século XV os tuecos ameaçaram o território. A resistência albanesa foi dirigida por Skanderbeg (George Castriota, pelo nascimento), que assim se tornou no grande herói nacional albanês. Durante cerca de vinte anos conseguiu manter a Albânia livre dos turcos. Após a sua morte, em 1468, os turcod conseguiram finalmente dominar a região. Em consequência, parte da população emigrou para outras regiões mediterrânicas, enquanto muitos dos que permaneceram acabaram por se converter ao islamismo.

O nacionalismo albanês, tal como no resto da Europa, afirmou-se no século XIX e conduziu a numerosas rebeliões contra o domínio turco. Finalmente, em 1912, na sequência das guerras balcânicas, a Albânia tornou-se um país independente, mas não foi capaz de evitar a cedência de um largo território com população maioritariamente albanesa (o Kosovo) à Sérvia.

Durante a 1ª guerra mundial (1914-18), a Albânia foi campo de batalha das potências regionais. No imediato pós-guerra o país viveu alguns anos de grande instabilidade, até que, em 1925, um chefe tribal, Ahmed Beg Zogu, se apoderou do poder, proclamando-se rei, com o nome de Zog, em 1928. Durante o seu reinado procurou modernizar o país com a ajuda da Itália. Logo no início da 2ª guerra mundial (1939-45), a Albânia foi ocupada pelas forças italianas, juntamente com o actual Kosovo, tendo o rei sido obrigado a exilar-se.

Em 1944, com a retirada das forças nazis, Enver Hoxha, o principal líder da resistência anti-fascista, conseguiu estabelecer no país um regime comunista. Até 1948 manteve boas relações com a Jugoslávia de Tito, mas após a cisão deste com o regime de Moscovo, manteve-se fiel a Estaline. No entanto, em 1961, Enver Hoxha não aceitou a revisão das teses estalinistas proposta pelo líder soviético Nikita Khrushchev e cortou relções com a URSS. Desde então a Albânia manteve relações apenas com a China. Em 1978 o regime albanês cortou relações também com este país, por divergências ideológicas, tornando-se então numa região completamente isolada do mundo.

Enver Hoxha instalou na Albânia um regime fortemente estalinista com a colectivização da terra, nacionalização da indústria, planificação centralizada e um regime de partido único. Esforçou-se por criar o primeiro estado ateu do mundo, fechando as mesquitas e as igrejas. O resultado de tudo isto foi a manutenção da Albânia como o país mais atrasado da Europa.

Após 1985, o sucessor de Hoxha, Ramiz Alia iniciou um processo lento de liberalização do regime. Em 1990 houve em Tirana violentas manifestações contra o governo. Cerca de 5000 manifestantes refugiaram-se nas embaixadas ocidentais e acabaram por receber autorização para abandonar o país. Em Dezembro desse ano o governo autorizou os partidos políticos de oposição e cessou a repressão religiosa.

Em Fevereiro de 1991, os manifestantes voltaram às ruas, obrigando o presidente Alia a substituir o primeiro-ministro. Nessa altura o exército foi mobilizado para impor a ordem pública. Naturalmente a situação económica agravou-se muito com a instabilidade política, chegando o desemprego a atingir taxas de 40%, o que obrigou a Comunidade Europeia a conceder ajuda económica de mergência. A situação só melhorou alguma coisa no ano seguinte, com a vitória da oposição nas eleições legislativas e a escolha de um novo presidente ligado ao Partido Democrático — Sali Berisha: nessa altura o Partido Democrático obteve 62% dos votos, enquanto o Partido Socialista da Albânia (sucessor do velho partido comunista) se ficou pelos 25%.

Abril de 1999


BIBLIOGRAFIA:
Grolier Multimedia Encyclopedia (1996)
Webster's Concise Interactive Encyclopedia
Compton's New Century Encyclopedia

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