Voltar INÍCIO LITERATURA ACTUALIDADE EDUCAÇÃO INFORMÁTICA ARQUIVO MEMÓRIA MAPA

 

Semanada
Boletim online de actualidades
Nº 4 — 17/Jan/99 – 24/Jan/99

25 de ABRIL - Completa-se este ano um quarto de século da "revolução de Abril". Com o tempo, a importância do acontecimento tende a diluir-se, mas quem, como eu, foi profundamente afectado por ele tem a obrigação de relembrar permanentemente o seu significado. Brevemente espero dedicar uma página inteira à efeméride. Enquanto recolho informação, aproveite para visitar o "site" do Centro de Documentação 25 de Abril. (18/1/99)

ALMEIDA GARRETT - Mais uma comemoração, desta vez um duplo centenário. Pois é, João Baptista da Silva Leitão, mais conhecido pelo nome postiço de Almeida Garrett, revolucionário, escritor, político, homem de sociedade, figura marcante do século XIX português, nasceu há 200 anos. Os anos passam, mas o sabor dos seus textos só ganha com isso. Em pouco tempo terá aqui uma página dedicada ao barão, crítico dos "barões". Aguarde! Até lá passe pelo Projecto Vercial. (18/1/99)

PINOCHET - O velho "senhor do Chile" está a pagar pelos seus crimes. Deveria ser este o destino de todos os "salvadores". Os lordes ingleses vão analisar de novo o processo e decidir se deve ou não ser sujeito a julgamento. Relembro que uma primeira decisão aceitou as alegações da justiça espanhola, mas foi anulada por suspeita de parcialidade de um dos juízes. Dada a sua idade e os problemas de saúde que enfrenta, é provável que o general nunca venha a ser julgado. Pouco importa! O vexame por que está a passar já é uma penalização suficiente para quem se habituou a ser aplaudido e pensou acabar os seus dias venerado. Digo que é uma penalização suficiente, porque nada compensará os milhares de cidadãos mortos ás suas ordens. (18/1/99)

PRIVATIZEM A TAP! JÁ! - Volta e meia o pessoal da TAP (quase sempre os pilotos) ameaça greve, a propósito disto ou daquilo. Estão a defender os seus interesses, o que é natural, mas à custa de quem? Os passageiros, com os bilhetes na mão, ficam com o coração aos saltos, imaginando-se horas a fio num qualquer aeroporto superlotado, longe de casa e sem poder honrar os seus compromissos. Os mais espertos mudam de companhia. Os passageiros menos frequentes choram baba e ranho e pagam a conta. Porque o problema é esse. Depois de uma infinidade de privatizações, a TAP continua de pedra e cal nas mãos do Estado, que, generosamente, vai cobrindo déficit atrás de déficit e custeando sucessivos planos de saneamento. É verdade que a transportadora nacional já cumpriu objectivos estratégicos do Estado Português e, nesse tempo, justificava-se o financiamento pelo erário público. E se parte do dinheiro era esbanjado, paciência! Hoje, isso não acontece: as ligações aéreas para o exterior podem ser asseguradas por transportadoras privadas, nacionais ou estrangeiras (tanto faz) e o suporte do Estado serve apenas para garantir o emprego dos trabalhadores. Mas quanto a mim o estado tem coisas mais sérias a fazer. Por isso é urgente privatizar a companhia e deixá-la enfrentar como puder a concorrência. Nessa altura os senhores pilotos certamente serão menos exigentes. (18/1/99) A GREVE SELF-SERVICE - Depois do apelo do Presidente da República ao bom senso, o SIM resolveu suspender a greve self-service. Suspendeu aquilo que nunca deveria ter começado. A suspensão não é um gesto de confiança para com o presidente, que nada pode decidir. É, sim, o reconhecimento envergonhado de que a greve foi uma decisão precipitada e irresponsável do SIM. A prova é que conseguiu o impensável: a condenação universal. Os partidos, as demais organizações sindicais, os responsáveis da Ordem, médicos a título individual, todos condenaram esta greve selvagem. O Sindicato Independente, não só não ganhou nada, como saiu tremendamente enfraquecido deste processo. Amanhã, quando constatar que as negociações não contemplam aquilo que pretendia, que vai fazer? Pedir aos médicos para abandonarem os hospitais? (18/1/99)
Não somos Palhaços! - O "Diário do Minho" de hoje (19/1/99) dá conta do protesto apresentado pelos Presidentes da Câmara de Amares. Vila Verde e Terras do Bouro ao primeiro-ministro. Em Outubro solicitaram uma audiência à ministra do Ambiente para tratarem de questões relativas ao tratamento de resíduos urbanos. Como não obtiveram resposta, insistiram e receberam a comunicação de que seriam recebidos pelo Secretário de Estado Adjunto da ministra. Os senhores presidentes recusam e apresentam o protesto ao primeiro-ministro, exigindo respeito para os seus concelhos e insinuando (ou afirmando?) só serem tratados assim por terem sido eleitos pelo PSD. Suas Excelências têm toda a razão em protestar pela demora na resposta: de facto, três meses, nos tempos que correm, é uma eternidade. Não sei, porque não resido nesses concelhos, se eles próprios serão mais expeditos na resposta às solicitações dos seus munícipes! Quanto ao facto de "exigirem" ser recebidos pela ministra e não por um "simples" secretário de estado, já ponho as minhas dúvidas. Afinal, embora o país seja pequeno, um ministro tem necessariamente muitas preocupações e compromissos. Natural, portanto, que não possa atender pessoalmente todos os pretendentes. E afinal um secretário de estado não é exactamente um funcionariozeco, mesmo que não tenha sido eleito directamente pelo voto dos eleitores. Para o caso de suas excelências terem esquecido, lembro que nem sequer o primeiro-ministro, para quem recorrem, foi eleito por voto directo. Quanto à insinuação de que o tratamento menos "respeitoso" seria devido à origem partidária dos queixosos, não a aceito, até apresentarem provas concludentes. (19/1/99)


Copyright © 1999 Jorge Santos  
Topo